É muito “engraçado” (a palavra certa seria ruim) a forma como a maioria das pessoas fazem com e querem que adolescentes de 17/18 anos escolham o que deverão fazer pro resto da vida. Com o que irão trabalhar? A qual área vão estar fadados a dedicar o maior tempo de suas vidas trabalhando para sobreviver? A escolha tem que ser feita, no máximo, até o período escolar acabar.
Claro que tem pessoas que já sabem desde pequenas o que querem e seguem assim. Há quem mude de ideia várias vezes e acaba indo por um caminho que não quer, mas fica ali mesmo pela comodidade. Ou, a pessoa que escolhe uma área, mas desiste em pouco tempo. E também tem a galera que nem tem a opção de escolha, faz o que pode, como pode, desde sempre pra ajudar a manter o lar.
Como é a sua história? Vou contar um pouco da minha.
Desde muito pequena, sempre amei brincar de ensinar. Por ter uma mãe professora, em casa tinham muitos livros incríveis, de professor, onde eu tinha não só as lições e questões que deveriam ser passadas para cada aluno, mas também as respostas! Eu adorava enfileirar minhas bonecas em frente à lousa e passar horas explicando uma matéria. Passava exercícios pra depois corrigir, achava o máximo.
Acho que brinquei de ser professora até a sexta ou sétima série, e isso me ajudava muito, porque eu ensinava para os alunos imaginários tudo o que aprendia na escola, e ensinar é uma das melhores formas de aprender.
Pensei muito sobre ser professora. Inglês e Artes eram matérias que me encantavam e eu considerava bastante. Porém, como eu disse, sou filha de professora, e com o tempo pude ver como era a realidade de um profissional da educação, tanto em casa quanto na própria escola.
Aos 10 anos, quando eu estava saindo de uma escola de Ensino Fundamental I para ir para o II, a maioria das professoras disseram que eu tinha o dom para o teatro, e ali se abriu uma nova porta de um sonho: ser atriz. Dois anos depois, comecei a fazer um curso de teatro, fiz algumas peças e apresentações. O curso durou dois anos, e eu me lembro com muito carinho de todos os momentos até hoje! Sempre amei atuar e tudo o que envolvia esse universo, e fiquei firme na ideia de que essa seria minha profissão.
Aos 14 anos, precisei fazer uma escolha: um curso técnico, já que eu iria tentar entrar em uma escola assim. Dentre as opções, me interessei por Design de Interiores, imaginava que seria muito legal trabalhar decorando ambientes. Passei na escola, fiz os três anos de curso, e apesar de todos os perrengues, adorei toda a experiência, mas sabia que não era isso que eu queria fazer pro resto da vida. Nem seguir no design, muito menos fazer arquitetura.
O teatro ainda era minha única e mais forte opção, e continuou assim até o fim do colégio. Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, abriu-se outra porta: a da dança.
Sempre amei dançar, e tive a oportunidade de estudar dança de fato aos 17 anos, no último ano de escola. Antes isso era só sonho distante, pois eu não tinha dinheiro, mas mesmo assim já amava dançar e sempre estava envolvida nos projetos da escola.
Quando vi, o que era estudo virou trabalho, e assim que saí da escola decidi fazer faculdade de Educação Física, para poder continuar trabalhando com a dança e também ter outras opções dentro da minha profissão.
5 anos se passaram desde que entrei na faculdade. Já me formei, trabalhei em estúdios de dança, academias e escolas. Às vezes, eu trabalhava em três lugares ao mesmo tempo, e todos os cargos eram relacionados a dança.
No final das contas, me tornei dançarina e professora de dança. Entrei pra área da educação, e sigo numa profissão artística – relacionada a tudo que eu havia considerado desde pequena!
Nunca trabalhei como CLT, me apavora a ideia de ter horário e metas tão certinhos a serem cumpridos, de não poder ter voz, de me prender a um único lugar e responder a um chefe que pode nem ligar pra mim, de não ter liberdade, etc. Mas apesar disso, sempre tive segurança. Trabalhava em vários lugares, tinha várias fontes de renda, se eu saísse de um lugar tinha outro, e por aí vai.
Decidi ficar em um único lugar quando se tornou vantajoso, era mais próximo de casa, eu tinha muitas aulas, e o salário conseguia suprir bem minhas necessidades.
Só que aí, me encontrei quase que numa situação de CLT, apesar de não ser contratada assim, e fui ficando infeliz. Até porque, eu não trabalhava 100% com a dança, apesar de ter voz, muitas coisas aconteciam de um jeito que eu não gostava, o salário não era mais suficiente, e eu quis sair.
Ensaiei meses para sair de fato, porque eu tinha medo! Medo do que as pessoas iriam dizer. “Ela é louca de sair de um lugar onde trabalhou por três anos?“. Medo de ficar perdida. Como vou pagar minhas contas e viver sem ter um salário? Mal sabia eu, que meu maior medo era o de dar certo.
Recebi apoio de todas as pessoas ao meu redor quando tomei a decisão. E se eu quero trabalhar 100% com dança e não ficar presa a um único lugar, preciso tomar as rédeas da minha carreira e fazer o que for preciso para alcançar isso. Trabalhar de forma independente não é fácil, exige muito esforço, estudo e preparo mental. Você escuta coisas que não gostaria de pessoas que estão “tentando ajudar”. Mas, o importante é não desistir de ir atrás dos seus sonhos e de viver feliz, seguindo a sua verdade.
“Faço tudo o que eu posso, porque não quero ficar 1 vida inteira esperando.”
— Bruna Frog
Amanhã fará 1 mês que eu saí oficialmente de onde trabalhava. De lá pra cá, reformulei minha forma de criar conteúdo, montei um show com dois artistas independentes, comecei a ensaiar uma debutante para o seu aniversário de 15 anos, criei um novo material e estou enviando para jobs, entrei em contato com pessoas que possivelmente podem trabalhar comigo, e lancei um grande projeto. Vivi 1 ano em 1 mês e estou pronta pra muito mais.
O Despertar da Dança
Esse é o meu grande projeto!
O Despertar da Dança será uma imersão online, que acontecerá dia 30/04 (domingo), com hora pra começar e sem hora para acabar. Nela, os alunos vão aprender a dançar do zero, e a destravar sua autoconfiança na dança pra perder o medo/vergonha de dançar.
Os conteúdos são: como soltar o corpo, os princípios básicos da dança, passos básicos de dança para dançar em qualquer lugar, intensidades de movimento, como ter autoconfiança na dança e perder a vergonha, exercício de autoconfiança, e coreografia.
Tudo isso em um único dia, ministrado por mim, e ao vivo. A aula ficará gravada com acesso por 1 mês para quem não conseguir estar presente.
Planejei algo grande e estou confiante de que essa imersão dará super certo e é apenas o primeiro passo pra essa nova fase da minha carreira e da minha vida!
Se você nunca dançou ou já dança e quer participar dessa imersão incrível, você pode garantir sua vaga clicando aqui (as vagas são limitadas), será uma honra ter pessoas que acompanham o blog comigo nessa jornada.
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