Essa roupa é estranha. Me sinto estranha com ela. Mas já que vamos fazer, faremos direito. Estou bem ansiosa, minhas mãos estão suando frio e minha barriga tem uma sensação estranha. Não é aquela sensação de borboletas que as pessoas sempre dizem que sentem, é algo diferente, como se um ventilador super potente estivesse ligado em direção ao meu umbigo, e só minha barriga recebesse todo o vento dele. É uma sensação estranha, mas boa.
Já estou sentada e preparada (eu acho). Assim que saímos, mais um ato do meu corpo que demonstra minha animação misturada com medo: o coração. Batendo tão forte e rápido que parece que vai sair do meu peito a qualquer momento. “Tá tudo bem, respira!”, eu penso.
Já estamos bem longe do chão, posso sentir. Ainda não tive coragem de olhar pela janela, estou com medo. Com medo, porém muito feliz em realizar esse sonho. Não tem como negar com esse sorriso enorme em meu rosto. As pessoas aqui dentro estão conversando, talvez para se distraírem, talvez para quebrar um pouco a tensão, não sei. Só sei que eu não consigo falar nada, apenas sorrir e sentir.
É chegada a hora. Quando ouvi que era a minha vez fiquei tão assustada que nem sei o que aconteceu. Só sei que quando me dei conta eu estava lá. Caindo. De uma altura grande, enorme. Que doidera. Uma ventania imensa que eu conseguia sentir por todo o meu corpo (não só na barriga), uma adrenalina incrível e um único pensamento: MEU DEUS, ESTOU CAINDO! De repente, “pluft”, o paraquedas se abre e tudo fica mais suave. A adrenalina baixa (só um pouco) e eu sou capaz de apreciar a vista, de entender o que de fato está acontecendo e de me dar conta da doidera que acabei de fazer.
Que experiência incrível!
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